sábado, 15 de setembro de 2007

Minhas lembranças

Caminhava à toa seguindo trilhas espalhadas pelo mundo,
recortava lembranças, todas que podia e as colava,
feito álbum, relicário, com cuidado redobrado,
com todo carinho, no coração, bem profundo...


Não sabia dos horizontes que estava por conhecer,
apenas juntava as lembranças recortadas
e as colava sem saber o porque,
assim recriava o mundo que um dia haveria de ter.


Imenso quebra-cabeça, peças soltas buscando seus pares,
transformavam o mundo que sonhava meu querer,
nos recortes que colava, cada um a sua imagem
e em papel de fundo, brisa mansa acarinhava meus mares.


Volta e meia um recorte novo, nova colagem,
caminhos refeitos, tudo em si, área em sustenido a criar-se
nas lembranças já coladas nos sentidos tão meus,
um breve som e o reinício dando tom à uma nova viagem.


Seguem as linhas, retas e curvas formando nova imagem,
na colagem, o sentido que a vida nesse mundo deveria ter,
amor vestindo paz, semblante onde o riso é maneira de ser,
recria a alegria nos campos que transformam a velha paisagem .


Abrem-se os olhos na noite que claramente amanhece,
os recortes, meus tesouros, fazem novo cenário
e no palco, antes pobre e escondida,
surge a vida em alegria no ato que a si mesma reflete.


E eu que caminhava à toa, hoje sigo na certeza do caminho,
crio novas lembranças, todas que posso e sonho,
o álbum já criado é guardado com todo cuidado no coração,
bem profundo, onde o mantenho com carinho...