quarta-feira, 12 de setembro de 2007

ALBATROZ

As asas de gigante impedem-no de andar *
dizia Baudelaire, acerca do albatroz...
e a sua afirmação também fala de nós,
poetas cuja sina é sempre alto voar.

Poeta embora eu seja e de voar entenda
no peito trago a dor dos passarinhos presos
e canto nos meus versos amores e segredos
sabendo que às vezes, não posso o vôo alçar.

No céu dos meus poemas, viajo uma ilusão
e quase nunca tenho os pés no árido chão
pois é imprescindível que eu tenha liberdade.

E como as do albatroz, as minhas asas são:
se estão fechadas, impedem a locomoção,
se estão abertas, voam ao encontro da saudade