ALBATROZ
As asas de gigante impedem-no de andar *
dizia Baudelaire, acerca do albatroz...
e a sua afirmação também fala de nós,
poetas cuja sina é sempre alto voar.
Poeta embora eu seja e de voar entenda
no peito trago a dor dos passarinhos presos
e canto nos meus versos amores e segredos
sabendo que às vezes, não posso o vôo alçar.
No céu dos meus poemas, viajo uma ilusão
e quase nunca tenho os pés no árido chão
pois é imprescindível que eu tenha liberdade.
E como as do albatroz, as minhas asas são:
se estão fechadas, impedem a locomoção,
se estão abertas, voam ao encontro da saudade
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