domingo, 5 de agosto de 2007

num chegar distante

Faço do querer e da esperança,
minhas expectativas...
De quando em vez perco-me
no interminável relicário de lembranças,
mas já não me exaspero.
Somente espero.
Semente eu quero ser
do que está por vir.
Algo que tanto pode estancar,
como pode aviventar o meu seguir...

Num chegar distante...
Sonho, mirar cristalizado,
com a união de todos os meus projetos.
Sei que eles estão em voce,
forma, tempo e modo completos.

Que fazer...
Há que se esperar,
sopram-me os sussurros...
Existe voce,
não trago no peito uma miragem sem nexo
ou um objetivo inconcepto,
de estar por estar...
Ou querer por querer...

Nesse chegar que pra minha carne
faz-se no tracejar de sólidas linhas,
querencia de versos e rimas,
eis-me exercitando a alma.
Eis-me valorizando a mansidão da noite,
o inspirar da madrugada,
o brilho do dia,
que sempre pra mim nasce envolto em ânsia,
porém inserido e agregado em acalmia...

Eis-me por enquanto,
dando-me guarida...
Mas miro ainda o doce encanto,
que faz-me transcender em vida...

Algo que ultrapassou as barreiras
de uma mera conquista...
Algo que me impulsiona, revivifica,
por mais que minha natureza quando arfante
em parar, ainda insista...

Eis-me solta, revolta, outra...
Eis-me inserida no manso abarcar
de uma magia constante.
Eis-me a mirar o chegar,
que existe,
mesmo que se faça ainda distante...