sábado, 4 de agosto de 2007

NA EXPERIÊNCIA DIÁRIA

Sem compaixão o amor não entraria em parte alguma a fim de cumprir a divina missão que a sabedoria da vida lhe atribui.
É necessário, entretanto, que a compaixão se desloque do ambiente dos que sofrem para atingir também o círculo dos que fazem o sofrimento.
Compadecer-te-ás dos que se afligem sob o guante da penúria; todavia, pedirás igualmente a Deus ilumine quantos se apaixonaram pelo supérfluo esquecendo os que carecem do necessário.
Estenderás as socorredoras mãos aos que tombam sob os golpes da delinqüência; no entanto, solicitarás a misericórdia dos Céus a benefício dos que promovem o crime, desconhecendo quanto lhes custará em aflições e lágrimas a noite de reparação a que se largaram, desprevenidos.
Auxiliarás os espoliados que se viram desvalidos pela agressão moral de que foram vítimas; contudo, exorarás o amparo do Senhor para quantos lhes armaram as ciladas de angústia, ignorando que articularam armadilhas de expiação contra si próprios.
Enxugarás o pranto de todos os que choram, sob a provação de todas as procedências, mas não te esquecerás de orar em auxílio dos que estabelecem o desequilíbrio dos outros, porquanto eles todos acabarão reconhecendo que unicamente acumularam perturbação e conflito em desfavor deles mesmos.
Em qualquer circunstância difícil compadece-te e serve sempre, recordando que todos somos espíritos eternos que colheremos, inevitavelmente, os resultados de nossas próprias obras e de que apenas o bem dissolve o mal, tanto quanto a treva tão-só se extingue ante as bênçãos da luz.