sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Memorial ao riso esquecido

Caminha indene rasgando os risos de papel,
e secando o líquido, sopra o falto nanquim,
restos soltos ante o grafite do manequim,
pó untando o memorial à secura do pincel.


Afagar as asas e a face do frio marfim
esfarelando o giz no sorriso esquecido
de um anjo descorando o rastro umedecido,
apagando a cor de mim, burlando o próprio fim.


Indene, o cinza marfim rasura o próprio céu,
untando a máscara, caminha desde o início
rasgando os risos de papel num precipício
grafitando a face esquecida do mausoléu.


Memorial ao riso incontido espalhando a mó
às poeiras dos papéis no jazigo da estante,
se agora, o branco segue quão branco como antes,
o manequim quebra o giz e, in memoriam, vai só.