quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Liberdade

Posso ser metade liberdade,
metade amante,
metade guerra,
metade medo.


Posso falar da paz, do juízo,
não posso dar-lhe a razão,
mostrarei o caminho,
mas não seguirei junto.


Posso ver o horizonte, mas não tocar o sol,
sentir o cheiro de mato,
correr meus pensamentos até onde tem amor,
mas não posso forçar ninguém a gostar.


Posso ser metade homem, metade alma,
um rosto comum no meio de tantos,
um sonhador diferente de outros poetas,
uma nuvem que voa sem deixar cair uma lágrima.


Posso não ser alivio para dor,
mas posso dar carinho, ficar ao lado,
separar em metades o dia e a noite,
depois juntar tudo em um abraço amigo.


Posso não ser a paz que procura,
sou a metade da liberdade que sonha,
outra metade do amor que propõe ficar,
sou o último carinho, o derradeiro amante.