terça-feira, 21 de agosto de 2007

Gratia argumentandi

Agônico choro de mãe, o que dizer deste verdor
de pedras e das egérias corrompidas? Esquece...
Quisera fosse guerra e não o amor que agora padece
no suplício da prata rendida à luz do desamor.


Sangrador útero, seca a vermelhidão e adestra a dor
e mais a lágrima que grassa no rosto indefeso
e desce escondida, quão oculto fora o vulto ileso
ruindo o chão pobre onde pisou a feiticeira e o desertor.


Adormece num pranto grisalho a mãe soluçante,
acorda a velha avó sem lembrar nenhuma cantiga
que outrora entoou no berço das princesas esquecidas
do toque das mãos e do olhar de amor em teu semblante.


Padece agônica a grisalha e em mim sangra a revolta;
ri a prostituta de prata, vidente em picadeiro,
acorda ó dizeres grosseiros, teu amor é o dinheiro,
trapézio e mentiras de um circo que foi...e à lona volta!