Bradam sentidos
Bradam longínquos os meus sentidos
Limiares das forças em desencanto
Sou eu que me abandono desse canto
Que ouço como um som desconhecido.
Anseios da loucura a reclamar-me
Num frio insaciável e indefesa
Bebo como água em minha represa
Com mãos de sermão a supliciar-me.
Perdi a floração - minha alvorada
Abrir o céu como rosa azulada
Beijada na paixão d'um sol ardente
No silêncio, que me baste à tua face
Morro como um dia que não nasce
No leito de uma noite inconsequente.
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