segunda-feira, 6 de agosto de 2007

NEM MESMO UM PRANTO...

Quanta dor se agasalha numa mágoa,
Quanta mágoa é desfeita no perdão!!!!
Quanto riso se paga com o pranto,
Quanto pranto se enxuga no amor!!!!
Quantas vezes tentei sentir no rosto,
O correr dessas lágrimas doídas,
Que aparecem intrusas, sem convite,
E batem à porta do nosso coração.
Mas não consigo...
Por isso sinto a vida,
Como um ninho, no qual a dor se cria,
Onde a saudade aloja-se e procria,
Onde as lembranças chegam sem parar.
Ah! Feliz de quem chora e lava a alma,
De quem perdoa e retorna à calma,
E depois, no amor, enxuga o pranto.
Mas eu?!!!!!!
Transbordo-me de amor...
Ninguém o quer;
Perdôo e de ninguém tenho perdão,
E quando vejo alguém que, além, pranteia,
Aliviando da alma o seu tormento,
Me atormento bem mais, porque não tenho,
Nem mesmo um pranto para me aliviar.
Quanta dor cada um traz em segredo,
Quanto segredo existe numa dor!!!!