segunda-feira, 6 de agosto de 2007

INSIGNIFICÂNCIA

Quando eu souber encontrar-me nos sorrisos,

nas gotas de cristal que caem da chuva,

nas duras pedras encobertas por neblina,

no sol, nos pássaros e também na brisa;

Quando tudo aos meus olhos for inerte,

já sem forma, sem cor e bem distante,

e eu penetre qual anjo nos mistérios

que em silêncio caminha entre as sombras;

Quando eu olhar para dentro de mim mesma

e aos caminhos do cosmo tão diversos,
serei então, como um potente microscópio

que enxerga longe em invisíveis universos.

Perceberei assim, minha insignificância,
dando lugar ao amor sobrehumano

e abraçarei a todos como irmãos:
às arvores, aos mendigos e às feras.

Livrar-me-ei do egoísmo e da vaidade
e humilde beijarei a cada espinho,

retirando piedosa minhas sandálias

pra não ferir as pedras do caminho.