quinta-feira, 23 de agosto de 2007

emaranhado

Dentre os vários personagens, que em meu interior bailam,
pulula ansioso o querer ser de um poeta...
Motivos milhares impelem-me a escrever pois que voam
no mundo externo,
- no qual inserimos forma completa -
todos os nossos motivos de inspiração carregados de emoção,
que podem fazer de nossos escritos um conjunto de versos e rimares
dispostos a passear de mãos dadas, forma clara, conexa.

Por vezes no emaranhado de forças invisíveis, porém perceptíveis,
meu ser humano municiado por parcos recursos, perde o curso
e transforma-se, confuso pelo precipitar de vários percursos...

Por vezes a lucidez que de mim se arvora,
faz-me ver que muito do que me açambarca,
nada mais é do que projetos saídos de algum lugar,
mas num viajar que não se revigora...
Como passos que se travaram,
sendo obrigados a parar...

Num último e derradeiro esforço,
tento compreender que o que a mim foi dado
foi um grande quebra-cabeças, forjado
pela inoperância de minha mente inconsistente...
Ou pelo livre arbítrio errante e mal resolvido,
perdido feito o caminhar nômade
de seres que não se encontraram, tornaram-se pingentes,
e resolveram habitar a tangente...

Qual poesia em mim cala?
Qual poesia em mim grita?
Qual maneira tornar-se-á infinita
em meu pensar dinâmico,
à medida em que meu olhar fita
um processo ardente, inconsequente,
de vagas dissimulações?

Quem seria eu nesse processo
que traz ao meu corpo o retrocesso,
estagnando o evoluir do meu espírito?

Nas vertentes que brotam em nossa parcela pensante
muitos são os desenhos, as características...
Muitos são os motivos de conquistas.

Os poetas têm motivos mil
pois que a natureza esparge inspiração...
Porém os dizeres,
podem trazer diferentes vestes de emoção,
e eis que aí,
como se confrontando-nos com o desconhecido
pode ser que passe despercebido,
o verdadeiro conceito do poetar.
Ao que veio?
Por que veio?
Por que insiste em nos habitar?

Nessa série de conotações redigidas
o espelho vivo de nossas vidas...
Nessa imensidão de quereres
as respostas às perguntas
que inundam os nossos seres.

Quando nos sentiremos em condições
de respondê-las?