sexta-feira, 22 de junho de 2007

O RIO DA MINHA ALDEIA

O Tejo debruça-se sobre a minha janela,
Põe vasos, com as mais lindas flores,
Na varanda do meu quarto, bambinela
Colorida da cor do mar e seus primores.

No vão das escadas enche de degraus
Os aposentos das casas, e os vizinhos
Saem prà rua, em noites de saraus,
Quando as estrelas os deixam sozinhos.

Salpica, aqui e acolá, os olhos rarefeitos,
Pela paisagem circundante que o alimenta,
Aguas convulsas batendo nos parapeitos.

Desce apressado até à foz, mais abaixo,
E é no meu distinto coração que ostenta,
O som melífluo de um subtil contrabaixo.