sábado, 30 de junho de 2007

Corpo

Corpo, templo secreto de desejos impuros,
caminhos de fibra e sangue que ferve,
como um grito diante da cruz coberta,
virgem minha, ainda que mulher mundana.


Ouço pedidos impróprios dos seus desejos,
luzes que caminham lento sob sua pele
como se gritassem por outra,
desenhando prazeres em prata e ouro.


O céu é como abóbada da catedral amarela,
feito sonhos de uma festa das mil noites,
onde véus voam dos corpos até o nu,
os risos não passam da boca e chegam aos sexos.


Erga sua taça com a felicidade que provoca o amor,
solte o corpo e as vestes que cobrem sua vergonha,
deixe a vida passar diante dos meus olhos,
quebra a imagem do ontem e faz o amanhã de paixão.