terça-feira, 26 de junho de 2007

Encanto

O encanto não é mistério,
ele está real nas saliências dos traços
anaglíficos, tridimensionais do vai-e-vém
dos versos,
que na poesia revela o clamor
invísivel da alma...

O amor sai da abstração,
torna-se visível, muitas vezes doentio,
quando sob á égide da vaga implacável
da destrição,
transforma-se em paixão
e não consegue permanecer amor...

O encanto não é mistério,
é o amor sem ilusão, quando real...
É a sístole e a diástole que faz pulsar
forte coração...

Num cruzar de olhar
ruborizam-se as fisionomias,
é o sangue a extravazar
os corações,
pela força da pedra sísmica,
indestrutível do amor...

Quando há um erro de percurso,
e, por alguma circunstância
interfere nos liames do amor,
fere esse coração com os dardos
da desilusão...

Mas ficam indeléveis na alma
as marcas do verdadeiro amor
como um troféu,
às vezes, sem aparente valor...

Mas cravos inarrancáveis
mantém esse amor
no cerne imaginário, abstrato,
do coração...

Pode ser outra a realidade,
mas o amor indelével fluirá
e se manifestará na tristeza
da saudade.