quinta-feira, 21 de junho de 2007

Máscara da Saudade

Sua melancolia era tanta,
mas precisava contê-la.
Uma lágrima furtiva
teimava em verter, intuitiva,
borrando a alegre maquiagem
que escondia a imagem
de uma fisionomia aflita.


- Respeitável público!,
brada a voz no picadeiro.
Ele entraria primeiro
desde que a tragédia aconteceu:
a sua amada trapezista,
que agora voava nas nuvens,
deu um passo em falso e morreu.


Os gritos de "Viva o palhaço!"
ecoavam pelo circo
junto ao rufar do tambor.
... E como era um ator,
entrou dando piruetas,
fazendo mesuras, caretas,
escondendo a sua dor