Menina de Rua
Creiam-me, caros senhores
Nada ou tudo que vos fale
Se sou aquela... ou cale
Em mim um grito de horrores.
Voltei à menina de rua
Que à cama úmida e fria
Torturava e lhe tingia
A verdade seminua
Dêem-lhe do bolso um trocado
Do céu o pedaço negado
Da vida que vestiu Andaluzia.
E os risos que se faz à mendicância
Sequem nos soluços de criança
Que em mim se transformou em poesia.
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