quarta-feira, 7 de março de 2007

OUTONAL

Folhas precipitam-se ao solo
despe-se a árvore impudica
reveste-se de cores telúricas
fustigada aos ventos de Eólo

Parece a morte zombeteira
a campear entre os viventes
fazend'adormecer as sementes
como se fora a vez derradeira

Outonal estação dos sentidos
conspurcado coração silente
pelas dores jaz adormecido

Se compraz em ser indiferente
como fosse hoje proibido
o amar e sentir-se contente