quarta-feira, 28 de março de 2007

MEU VERDADEIRO POEMA

Nem sei por quantas vezes peguei o bloco e a caneta
Fiquei com o olhar perdido no branco das folhas vazias
Vinham à minha cabeça palavras sem sentido
Sentia-me cada vez mais vazio na procura das palavras
As poucas palavras que se me afiguravam agora também eram brancas
Fundiam-se dentro da minha mente com a brancura do papel
Onde com o olhar esquecido, não percebia passar o tempo

Vencido pelo cansaço, fechei os olhos
Deixei-me ficar num imaginário pedaço de céu estrelado
Deitado em nuvens de algodão
Com o olhar fixado no infinito
Meu coração parecia estar descompassado
Lembrei-me que em cada manhã
Existe um novo despertar
Existe o momento mágico
Em que as trevas dão lugar a luz

Você chega no momento do reencontro
Aos primeiros brilhos das estrelas
Dirige-se ao meu jardim de sonhos
Toca meu corpo
Sorri em silêncio
Num mudo convite para o amor
Que só os amantes entendem
E baixando-se delicadamente
Toca com seus lábios minha nuca
Morde minhas costas e
Num rápido movimento encosta seus lábios nos meus
E o amor acontece

Todos os dias um poema acontece
E não precisei mais olhar para o infinito
E nem me importava mais em não conseguir escrever uma poesia
Porque olhando seus olhos
Vi que meu maior e verdadeiro poema é você