domingo, 25 de março de 2007

Opera Chinesa


NAMO KUAN-SHIH-YIN PU-SA
Eu Chamo pela Bodisatva Kuan Yin,
Aquela que vê e ouve o sofrimento do Mundo.


Piedosa senhora, lança na tua voz qual atriz utópica,
os tratados de paz orquestrando esta divinal opera,
àquele que ouve tantos lamentos e cuida do mundo,
e quem sabe, ele pincele de flores o teatro infecundo.


Palco enfermiço, tão fria e quão dúbia é a odisséia.O arquilho dispara, mas não há ninguém na platéia,enquanto os ecos inflamam e invertem a minha fala,o coro omisso e confuso se esconde e o palco se cala.


A dor mais insana trespassa desta gemente tão piegas. Sabe-se lá? Talvez o guerreiro traga ao ato, as tréguas, e a colorista mulher, transparência vestindo as praxes,seja o estival de cores explodindo a guerra em guaches.


O olho que te observa é de verniz, pior que o dos cegos,
uma visão que nada viu, só ouviu o silêncio ferindo o ego.
Lava o rosto fantoche e retira da maquiagem o seu giz,
eis a pálida atriz, atrás da cortina... Sem pedidos de bis!