Crisálida
Uma noite insone e um amanhecer cinzento.
A falta de opção me induz à caminhada.
Sob o sol vagueio entre as flores, os odores
Cores e o mundo à frente convidativo...
Ignorando à apatia, ganho de mim!
Diluo-me num domingo que congrega
Claro, gente e falta de pressa...
Chego em casa, olho-me ao espelho.
Ele me devolve o meu corpo nu.
Digo oi para minha nova cor.
Oi para o poder de fogo da salamandra,
oi para a capacidade de transformação da borboleta
E oi para a força do dragão.
Então, num sorriso cúmplice, eu me digo oi.
Narcisismo puro. Incontrolável. Oi.
E é quando a minha própria voz
me chega, num grito
que escapa das minhas entranhas:
"Vivo!".
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