sexta-feira, 1 de junho de 2007

POETA DAS HORAS TRISTES

Estou para a poesia como para o ar que respiro,Tudo em mim é uma envolvente e é dela que retiroTodo o prazer que me é dado a ver, nesta singelaVida, onde nem sempre o que parece é, mas nela

Me concentro e tiro os dividendos mais aprazíveis,
Como a chuva que vai lá fora, de gotas indivisíveis
Ou o vento que sopra na árvore e arrebata o olor,
Que chega até mim como um intenso e subtil frescor.

Sou poeta das horas tristes, de quando a noite cai,
E traz consigo as sombras derradeiras e distantes,
De um véu que amadureceu ao sol que se esvai.

Poeta do quase tudo quase nada, com o horizonte
Posto nos olhos, onde as palavras são agravantes
Do seu ser consciente, como água da mesma fonte.