POETA DAS HORAS TRISTES
Estou para a poesia como para o ar que respiro,Tudo em mim é uma envolvente e é dela que retiroTodo o prazer que me é dado a ver, nesta singelaVida, onde nem sempre o que parece é, mas nela
Me concentro e tiro os dividendos mais aprazíveis,
Me concentro e tiro os dividendos mais aprazíveis,
Como a chuva que vai lá fora, de gotas indivisíveis
Ou o vento que sopra na árvore e arrebata o olor,
Que chega até mim como um intenso e subtil frescor.
Sou poeta das horas tristes, de quando a noite cai,
Sou poeta das horas tristes, de quando a noite cai,
E traz consigo as sombras derradeiras e distantes,
De um véu que amadureceu ao sol que se esvai.
Poeta do quase tudo quase nada, com o horizonte
Poeta do quase tudo quase nada, com o horizonte
Posto nos olhos, onde as palavras são agravantes
Do seu ser consciente, como água da mesma fonte.
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