terça-feira, 12 de junho de 2007

Ninho de Cobras

Você já viu um ninho de cobras?
Elas se debatem lá dentro, se cruzam, se entrelaçam mas, jamais querem sair de lá.
Elas misturam seus venenos produzindo um coquetel diabólico que lançam além de seu ninho.
Dizem que desenvolveram tal veneno por pura vingança, pois não se conformam de terem sido criadas com um terrível defeito físico, a falta de membros.
Talvez possa ser compreensível essa revolta.
Não podem caminhar, se arrastam, não podem desfrutar do toque, apenas observam tudo que as rodeia.

Existe uma teoria que afirma que cobras são seres com os quais os outros seres vivos precisam conviver para que consigam desenvolver o sentimento da tolerância.

Essa mesma teoria argumenta que
nenhum ser vivo poderia se conformar e ser feliz, tendo que passar pela vida se arrastando, enquanto todos os outros caminham ou até mesmo voam.
Também, não poderia viver em harmonia, sendo impossibilitado de tocar objetos de desejo, de admiração ou simplesmente algo que reluza aos seus olhos.
Daí, a extrema necessidade de vingança.
É como se o caminhar e o toque fossem os passaportes para o ser vivo alcançar o amor de qualquer espécie.
Por tal motivo as cobras vieram ao mundo completamente desprovidas de afeição, carinho, amor e no lugar de tudo isso elas desenvolveram o veneno.

Porém, nem todas são venenosas ao ponto de matar como se imagina.
Algumas em sua pequenez, apenas vivem de morder e assustar, isso já lhes é prazeroso ao extremo.
Na sombra das venenosas elas levam suas vidas.

E o grande perigo está naquelas que
decididamente vieram ao mundo com um único objetivo, a vingança por se sentirem tão frustradas.

A Cascavel indica sua chegada com um chocalho na ponta do rabo, ainda assim, ataca os que não crêem no seu poder.
A Coral, perigosíssima, por ser muito difícil diferenciar a venenosa da inofensiva, vive escondida, disfarçada e só aparece nas grandes inundações.
A Jibóia, por exemplo, assume proporções assustadoras quando lhe é conveniente.

A verdade é que seres vivos quando, por acaso, caem num ninho de cobras só lhes resta duas opções:
A fuga imediata ou a morte.

Não se tem notícia de nenhum deles que tenha conseguido conviver harmoniosamente com elas e se tentaram não lhes foi possível sair ileso do seu veneno.

Tenho percebido o quanto certos seres humanos se assemelham as cobras, uma infinidade de detalhes extremamente idênticos.
Esses mesmos seres vivem em grupos e sobrevivem da maldade, cobiça, deslealdade,inveja intriga, injúria, difamação, ganância e mediocridade.

Curioso é que jamais se separam e necessitam de todos esses ingredientes para que possam sobreviver, é como se eles fossem alimentos saudáveis para elas.

Víbora....sabem o que é isso?
Um tipo de cobra que produz um dos venenos mais poderosos.
Não é à toa que esse nome tem sido muito usado para designar certos seres humanos.

...e salve-se quem puder!