segunda-feira, 11 de junho de 2007

Inépcia

Foi-se o tempo
em que cobria os filhos com o mesmo cobertor...

Eram tempos difíceis,
mas em meu lar reinava o amor...

o mais puro amor que se pode plantar e regar
simples, singelo, elos fortes

que ninguém conseguia quebrar!
Mas... o tempo foi-se...

devagar e sempre, brincando com os dias,
nem percebi a partida, pois continuava na lida!

E ao partir,
deixou um vazio pequeno que foi crescendo,

crescendo até não ter mais onde alargar...
ficou a essência, pequena, mas ainda dá para enxergar!

O tempo foi-se,
deixou-me os cabelos brancos, olhos em pranto...

Ganhei e perdi lugar!
O tempo bom, nunca mais consegui recarregar:

em meu corpo, em minha alma!
Ele acenou sorrindo, deixou um bilhete:

'Você não conseguiu me poupar!
A felicidade batia a sua porta, e você não veio escutar...

Agora é tarde!
Inês é morta! Contente-se com o que conseguir levar!'