sábado, 23 de junho de 2007

Inocente

Inocente, não, tenho fome de vida,
acordei em um domingo sedento de sonhos,
rezei em todas as igrejas e comunguei minha fé,
não falei do almoço, corri pro parque de brincar.

Logo era segunda-feira de trabalhar,
na terça eu corri pra fechar a porta de quarta,
devo ter perdido algum grito quando voltava,
na quinta descansei para sexta sair mais cedo.

Falo da vida como um instante de loucura,
queria saber fazer felicidade nos olhos dos homens,
iluminar como vaga-lume o pedaço que caminho,
apaixonado, girar mil vezes o dia de sábado.

Um dia vou estender minha vida pelas estradas,
mostrar que tentei ser liberto e libertador,
antes que me matem em um dia de domingo,
bem antes da missa ou da loucura de tanto amar.