quinta-feira, 21 de junho de 2007

Eu Mulher

Sou a sombra dos sonhos que sonhei,
vejo-me em nuvem desenhada, borrões do amor que amei.
Torno-me cálida nas vozes da vida
que me geram em acordes de harmoniosas melodias.


Faço-me contrita se assim o desejar.


Sou as ondas do mar que revoltas em si mesmas
entregam-se em congruência à aridez da areia,
e retorno ao mais profundo de mim dominando meus espaços
nas marés do tempo que meu tempo permeia.


Ausente em meus átrios, sou apenas passado,
sou o sonho do amanhã em escombros soterrados.


Sou a brisa da manhã que antecede o sol na ação da criação,
toco sua face mesmo que de mim se afaste
escondendo-se nas asas dos ventos e tempestades.
Enfrento nas madrugadas os ardores do novo amanhecer
para levar-lhe esplêndido a florescer.


Sou a mulher menina, desenhada em sombras de prazer.
Criada pela brisa, acalentada pelo mar,
sustento a sua vida no sol ressurrecto que a madrugada nos traz.
Na gestação da vida, o encontro do amor pelo amor a nos manter.