voar, voar...
No reflexo, que se espalha vontade afora,
faço-me um história de querer...
querer ser...
querer estar...
poder do meu mirante,
bem no cime,
colocar-me pássaro no ar.
A água ablui-me.
A brisa acalenta-me.
Eu solto, parece que releio
as razões dos desencontros,
e sem receio,
entrego-me ao vôo.
Eu sou, no meu cerne,
todo o ideal que se esconde,
por achar melhor
não ter que trasvoltear.
Não sou espinho que fere...
Quero ser da rosa,
o que inebria, faz alumbrar.
Sabe,
nos meus sonhos já viajo...
forma infinita.
Procuro não a luta aguerrida,
mas sim o sentido da vida,
a vida que passeia
por entre os meus almejos,
meus momentos, lampejos,
e aí sim, quando encontrá-la
definir-me no todo.
Mas sou em sonho
uma enorme tendência de tornar-me Ícaro,
mesmo que minhas asas venham a
quebrar-se...
mesmo que meus ideais se esvaeçam,
eu vou ser sempre no presente,
o que Deus permitiu-me ser...
Vou manter-me em expectativa,
alma viva...
voar é o que me completará.
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