sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

no fio, no ar, no equilíbrio...

O pensar viaja...
feito gaivota que sobre o azul
voa de norte a sul,
buscando dos motivos as razões...
assim como minha vida, minhas emoções,
andarilhas sensações
que reluzem, pois que clarejam...
que tornam-se arfantes porque desejam,
um querer chegar vivo, lúcido,
no trillhar que se trefila
feito fio, e se estende no ar,
linha de equilíbrio entre o ser e o estar...

Não posso ater-me a olhar para baixo
tenho que saber que quanto maior o grau de dificuldade,
mais eu me encontro, me acho...
que seja na espessura tênue do fio,
ou na aspereza por vezes densa do ar.
quando da busca ávida pelo equilíbrio.

Não estou cansado
por estar lobrigando a abugada
sonhada, buscada,
cor dos meus quereres...
Estou cada vez mais inserido nas quinas
das imensas esquinas,
onde se encontram os seres e suas sinas...

Vou... por vezes refuto...
por vezes flutuo,
quando o sonho se encorpa.
Não precipito minhas esperanças
seja nos arroubos de calor,
seja no algor cortante do frio..
Sigo o que me toca...
seja no ar, no fio onde tenho que me equilibrar,
ou na visagem que faz me
menos denso que o ar...
pois sou viajante
do todo, do instante,
sou o equilibrista
quem sem ser narcisista,
busca o reluzir brilhante
daquilo que a natureza me concedeu...
vou atrás do meu próprio brio,
na terra, no ar, na água
mantendo-me equilibrado no tênue fio...
que padroniza o que deságua...
que cura minha mágoa,
fazendo-se Ser, fazendo-me viajor,
sendo o que sou...