sábado, 16 de junho de 2007

SUPREMO ENGANO

Vê-se da Terra o Céu, em toda a vida,
Como um vergel azul de lírios brancos,
Onde mora a ventura, e em cujos flancos
Repousa a grande mágoa adormecida.
Céu! quantas vezes minhalma entristecida
Anteviu tua paz, sob os arrancos,
Sob os golpes da dor, rijos e francos,
Na escuridão espessa e indefinida!
Não sonhei com teus deuses venturosos,
Com teus grandes olimpos majestosos,
Cheios de vida e de infinitos bens...
Antegozei, somente, em minhas dores,
A paz livre de trevas e pavores,
Do imperturbável nada que não tens!