domingo, 3 de junho de 2007

NESTAS HORAS

Nestas horas quando é quase madrugada,
torno-me alma vagante...
Vou lá beijar os lábios da minha amada,
em tranqüilo sono repousante.

Cubro-a, sem que perceba,
acompanho os seus sonhos sem fins...
Antes que eu me despeça,
é a alma dela quem me beija,
no aroma fresco dos jasmins!

Nestas horas quando é quase madrugada,
sou alma esparramada no sereno...
Assim espero a alma da minha amada,
para entregarmos juntos ao luar o amor que temos!

Nestas horas...
o poeta é o último a dormir!
Quiçá confessem as auroras,
quando dele vieram se despedir...

Aos ouvidos da minha amada,
quiçá, confessem as auroras!
Quando acordar em manso e belo madrigal...
Sentindo nossas almas que ainda
namoram,
no suave vento que beija o trigal...

Nestas horas quando é quase madrugada,
onde os laranjais despencam em flores brancas,
quiçá, pudesse confessar, estrela matutina,
as nossas almas por muitas danças...

É nestas horas que não estou em mim,
quando é quase madrugada...
Sou raio de luar, arcanjos e serafins,
a zelar o sono de minha amada!

Sou alma pura,
invisível figura...
Sou o homem que ama,
a parte boa que Deus me deu!
Nos sonhos de minha amada
sou entrega pura, sou ternura,
quando embalada estiver nos braços de Morpheu!