sábado, 16 de junho de 2007

MEUS MARES

tenho em mim tantos mares ondulantes...
uns parecem serena calmaria,
outros bravos soprando maresia
mas é sempre missão de navegantes
viajar sem temer a imensidão,
com o leme buscando a direção
sobre um mapa de estrelas cintilantes...
mar de lágrimas que um dia atravessei
entre as ondas revoltas da tormenta
que minha nau invadia, violenta,
a levar-me por caminhos que nem sei...
mar de sonhos... bailando no horizonte
refletido no azul do devaneio,
viajante no apelo onde me enleio
da aurora que desponta bem defronte...
mar de luta renhida entre os gigantes
um profundo mistério assustador
remoinho a tragar ao meu redor
minha nau de esperanças vacilantes...
mas, de todos os mares que singrei,
o mais belo acolheu-me com seus olhos
tão azuis, transparentes, sem escolhos
enseada que tanto procurei...
seus braços são recôncavo seguro
que as âncoras sustentam no escuro:
são o leito macio onde aportei...