Esta sombra
Meu corpo intercepta a amarelada luz do sol,
derrama pelo esgarçado chão, lambido de pó,
minha sombra distorcida, encolhida, deformada.
As formas não se alinham ao meu porte esguio;
refletem talvez a alma cinza, fria e disforme.
Da janela aberta chegam-me vermelhos odores,
adocicados e atrevidos, das rosas espalhadas
pelos retangulares canteiros, cercados de ripas.
Fito a sombra e me perco nela! Dos meus pés
descalços ela se desprende e não me reconheço.
Por vezes sinto seus esgares, zombarias de mim.
Espero aflita as doze badaladas do relógio,
quando então serei eu mesma, o que conheço,
longe desta sombra que quer me revelar inteira!
derrama pelo esgarçado chão, lambido de pó,
minha sombra distorcida, encolhida, deformada.
As formas não se alinham ao meu porte esguio;
refletem talvez a alma cinza, fria e disforme.
Da janela aberta chegam-me vermelhos odores,
adocicados e atrevidos, das rosas espalhadas
pelos retangulares canteiros, cercados de ripas.
Fito a sombra e me perco nela! Dos meus pés
descalços ela se desprende e não me reconheço.
Por vezes sinto seus esgares, zombarias de mim.
Espero aflita as doze badaladas do relógio,
quando então serei eu mesma, o que conheço,
longe desta sombra que quer me revelar inteira!
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