terça-feira, 19 de junho de 2007

Distorção

Sai do foco, luz distorcida,
golpeada, atingida, morre ofendida,
regando em lágrimas o que foi um dia
a imagem que reluzia sem medos ou covardia.


Perde-se em sombras, assoma-se,
rende-se, dá-se por vencida.
Prostra-se subjugada por mentiras,
línguas pérfidas tiram-lhe a vida!

Renasce!

Na morte encontra sua guia,
assume novas asas,
no manto da noite se abriga, e briga...


Clama pelo sangue,
combate, grita,
sobrepõe-se ao destino que existiu um dia.


Toma as próprias rédeas,
faz-se só e na solidão só sua,
caminha...


São seus os gritos antes emudecidos,
prostituídos pela vaidade que se erguia,
alimenta com o fruto de suas entranhas.


O tempo no espaço fenecido,
fere a semente que germina marcando a terra
com seus passos sem vida.


Segue no vazio, brada aos ventos, fere a luz,
semeando lamentos, é o fruto germinado na imagem
desmistificada, desnuda do próprio momento.


Seu é o verbo, a razão,
o julgamento,o fim que acompanha a vida na morte,
que macula a origem do tempo.