quinta-feira, 14 de junho de 2007

CAVALGADA

Na perfeita linguagem dos toques
a química da sedução aflora,
o efêmero se perpetua
na noite que se esgueira lá fora.
Abandono...
Entrega...
Sentidos em combustão,
sentimentos em ebulição.
Mergulho num oceano profundo,
águas revoltas...
Coração acelerado,
o apelo do desejo
libera a fera de pele nua,
em busca de afagos.
No silêncio do tempo
que se esconde passivo,
por trás do vento,
mãos quentes, lascivas
percorrem possessivas
a carne que geme...
O olhar que explora e implora,
hipnotiza,
faz minh'alma cativa.
Nos gestos ousados
a incoerência da emoção,
que em comoção explode.
Perdida estou,
no delírio desta louca paixão!
Na dança frenética e incansável
em carícias ardentes
bailam indolentes,
insanciáveis amantes...
No açoite dos seus beijos
abrasada qual fogueira,
do seu corpo fiz garupa
cavalguei sem pejo,
livre e inteira,
até extinguir toda fagulha
baixando a temperatura
deste insano amor,
sem cura!...