quarta-feira, 28 de novembro de 2007

EQUILÍBRIO DO SER

O mundo precisa de humanidade;
nós, do espelho-mundo,
para conhecermos nosso próprio rosto,
limites e possibilidades.
Somos diferentes das coisas e dos animais
estagnados em seu estado bruto,
que não têm projetos, não criam,
não desenvolvem processos.
Em nosso dia-a-dia desafiamos
o desconhecido, queremos avançar...
e para isso, nos lançamos inteiros
em profundidades abissais que causam espanto,
medo e angústia, dos quais não podemos fugir
porque nos levam a descobrir, criar, progredir...
Aprendemos com as quedas e os vôos,
atingimos o equilíbrio quando perdemos
o medo das alturas e dos horizontes infinitos;
quando abandonamos o chão das fáceis certezas.
A recompensa dessa travessia irremediavelmente
chegará mesmo quando cansados e derrotados:
vem da lição extraída da própria experiência
adquirida, o que já é uma grande vitória.
Romper com as fáceis certezas,
caminhar firme diante dos desafios
e da frágil corda estendida sobre
o abismo do nosso próprio ser
é o que nos leva à realidade,
coloca nossos pés no chão,
dá o perfeito equilíbrio.
O que nos engrandece,
se não existirem
os aplausos?
O que nos engrandece,
se nada ameaça,
se não houver
novos desafios?