quarta-feira, 28 de novembro de 2007

A divina escada

Cada mortal que sobre a Terra surgir, receberá de Deus uma escada para subir; e esta escada cada um há de galgar, degrau por degrau, desde o mais baixo lugar; irá percorrê-la passo a passo: desde o início, ao centro do espaço, ao seu próprio princípio.

Numa era passada, mas que hoje perdura, escolhi e moldei minha escada; tu escolheste a tua.

Quer seja de luz, ou seja, obscura, por nós mesmos foi ela escolhida: uma escada de ódio, ou uma de amor, seja ela oscilante ou firmada com vigor.

Quer seja de palha, ou formada de ouro rei, cada uma obedece uma justa lei.

E a deixaremos quando o tempo for esgotado; dela tomando posse ao ser de novo convocado.

Por vigias em frente a um portão cintilante, ela é guardada para cada alma passante.

Mesmo sendo a minha estreita e a tua alargada, sozinho chego a Deus pela minha própria escada.

A de ninguém posso pedir e nem a minha emprestar; com o esforço em subir na sua, cada um tem que arcar.

Se, em cada degrau que escalares, só barreiras e tormentas encontrares; se pisares sobre ferro enferrujado e madeira carcomida, a ti cabe, transformar tudo isto, para, seguro, galgares tua escada.

Reforçá-la e tê-la reconstruída, é a tua tarefa árdua, mesmo que longa seja tua vida.

Chegando ao fim da escada, já terás cruzado a ponte, que te dará todos os tesouros da terra, e do espírito Divino, a Fonte.

Tudo que de outra forma se possa obter, será ilusão apenas.

Não pode permanecer.

Em revoltas inúteis, não faremos o tempo fugir.

Subir, cair, reconstruir, cair, subir, reconstruir, cumpramos isso, até que a nossa carreira humana nos leve à verdade.

Até que juntos, homem e Deus, sejamos uma só Divindade