quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

A VOZ DO VENTO

Nesta solidão, pude enfim perceber

Que a distância alimenta meu pensamento.

Agora, eu sei que é ela que dá voz ao vento

Quando ele vem forte em meu rosto bater.

Sim. Eu sei que é tua voz que o vento conduz,

Traz teu perfume e, de teus olhos, a luz;

Eólica injeção de amor para meu ser.


Esta brisa sonora que tem teu cheiro,

Dá um toque afrodisíaco, que revigora;

Teu calor chega e a meu tato se incorpora,

Sinto ao vento teu corpo por inteiro...

Quando o sopro soa mais forte em meus ouvidos,

Mais o amor por ti desperta em meus sentidos,

Num quadro de excitação já rotineiro.


Este amor aerívoro, de abstinência,

Em que procuro teus olhos mas não vejo,

Não posso te abraçar no auge do desejo,

Preciso de uma reversão de emergência...

Apesar do vento que me liga a ti,

Meu coração pede tua presença aqui...

E que seja para sempre, com urgência!