domingo, 16 de dezembro de 2007

MEDIUNIDADE ATORMENTADA

Diante das explosões de agressividade sentimental, é preciso
considerar não apenas o quadro visível dos companheiros
transfigurados de cólera ou desespero.
Se estudas mediunidade e percebes que ela se baseia,
acima de tudo, em princípios de sintonia, pondera nas
forças desequilibradas que atuam, freqüentemente,
nessas ocasiões, por trás da pessoa aparentemente sadia.
Na Terra, sempre nos comovemos perante a chapa
radiográfica que acusa a presença de moléstia
insidiosa em determinado órgão, predispondo-nos à
simpatia pelo doente, e quase nunca refletimos
na gravidade do processo obsessivo, por enquanto
inauscultável pela perquirição humana, a destruir
as melhores possibilidades da criatura.
Semelhante anomalia jaz, muitas vezes, enquistada
na constituição psíquica do enfermo, alentando-lhe
a ligação com as regiões inferiores e dele fazendo
um agente movimentado das inteligências que operam
no lado negativo da evolução.
Muito mais do que podemos supor, somos defrontados,
no plano físico, pelos irmãos dominados por elementos
vampirizadores, seja por um minuto, uma hora,
um dia ou longo tempo.
A própria sabedoria popular já alcançou intuitivamente
o problema, definindo a pessoa, transitoriamente
se o controle de si mesma, como sendo alguém
que terá entrado, sem perceber, num momento infeliz.
Meditemos, não somente nisso, mas, de igual modo,
na condição mediúnica de que todos somos portadores,
nas faculdades do espírito, quando essa condição
sem disciplina e esclarecimento se vê presa, de repente,
num círculo magnético de aguilhões constrangedores.
Muitos crimes se cometem e muitos desastres se verificam,
unicamente por falta de alguém, com bastante
capacidade de entendimento, para levantar o dique
do amparo fraterno, ante as arrasadoras projeções do mal.
Pensa e torno disso e ajuda, onde raros irmãos, até agora,
conseguem suficiente visão íntima para a prestação de
socorro que se faz necessário.
Se já compreendes o poder da hipnose sobre as criaturas
que ainda não se ajustaram às leis da vida mental,
ergue a muralha defensiva da bondade e da compreensão,
do silêncio ou da prece, à frente dos companheiros que
a ira ou a inconformação coloca em desgoverno sentimental!...
Ninguém consegue calcular os estragos do incêndio,
causado por mera faísca atiçada pelo descuido, tanto
quanto ninguém consegue avaliar a colheita de bênçãos
que fluirá de um simples gesto de auxílio, revestido de amor.