quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Amada Sombra que Persigo

A toda parte carregas tuas dores,
Como se elas fossem minhas, eu te sigo,
Dá-me mais um pouco desses teus temores,
Leva-me se acaso houver algum perigo!

Ó frágil amada sombra que persigo,
Já que tenho aqui no peito teus temores,
Deixa-me seguir o chão por aonde fores
Que por aonde fores eu irei contigo!

Quem será essa mulher, sofrida e doce!
Que tais olhos tristes eu não tinha visto,
Será a minha mãe? Quem me dera fosse!

Pois, pelo piedoso olhar que ao Céu levanta,
Ela poderia ser a mãe de Cristo,
Se a mãe de Cristo não fosse a Virgem Santa...