sexta-feira, 11 de junho de 2010

Gentilezas diárias

A vida é repleta de pequenas gentilezas, tão sutis quanto marcantes no
nosso cotidiano. O jardim florido oferece um colorido para a paisagem,
o sol empresta suas cores para o céu antes de se pôr, a borboleta
ensina suavidade e leveza para quem acompanha seu vôo. A gentileza tem
essa característica: sutil, mas marcante, silenciosa e ao mesmo tempo
eloquente, discreta e contundente.

O portador da gentileza o faz pelo prazer de colorir a vida do próximo
com suavidade, para perfumar o caminho alheio com brisa suave que
refresca a alma. A gentileza tem o poder de roubar sorrisos, quebrar
cenhos carregados ou aliviar o peso de ombros cansados pelas fainas
diárias. E ela se faz silenciosa, algumas vezes tímida, inesperada na
maioria das vezes, surpreendendo quem a recebe.

A gentileza não se pede muito menos se exige... É presente de almas
nobres, presenteando outras almas, pelo simples prazer de fazer o dia
do outro um pouco mais leve. Você já experimentou o prazer de ser
gentil? Experimente oferecer o seu bom
dia a quem encontrar no ponto de ônibus, no elevador ou no caixa do
supermercado.

Mas não o faça com as palavras saindo da boca quase que por obrigação.
Deseje de sua alma, com olhos iluminados e o sorriso de quem deseja
realmente um dia bom, para quem compartilha alguns minutos de sua
vida. A gentileza é capaz de retribuir com nobreza quando alguém fura
a fila no supermercado ou no banco, com a sabedoria de que alguns
breves minutos não farão diferença na sua vida.

Esquecemos que alguns segundos no trânsito, oferecendo a passagem para
outro carro, ou permitindo ao pedestre terminar de atravessar a rua
não nos fará diferença, mas facilitará muito a vida do outro. E
algumas vezes, dentro do lar, a convivência nos faz esquecer que ser
gentil tempera as relações e adoça o caminhar. E nada disso somos
obrigados a fazer, mas quando fazemos, toda a diferença se faz sentir...

A gentileza se faz presente quando conseguimos esquecer-se de nós
mesmos por um instante para lembrar-se do próximo. Quando abrimos mão
de nós em favor do outro, por um pequeno momento, a gentileza encontra
oportunidade de agir.
Ninguém focado em si mesmo, mergulhado no seu egoísmo, encontra
oportunidade de ser gentil. Porque, para ser gentil, é fundamental
olhar para o próximo, se colocar no lugar do próximo, e se
sensibilizar com a possibilidade de amenizar a vida do nosso próximo.

Se não é seu hábito, exercite a capacidade de olhar para o próximo com
o olhar da gentileza. Ofereça à vida esses pequenos presentes,
espalhando aqui e acolá a suavidade de ser gentil. E quando você menos
esperar, irá descobrir que semear flores ao caminhar, irá fazer você,
mais cedo ou mais tarde, caminhar por estradas floridas e perfumadas
pela gentileza que a própria vida irá lhe oferecer.