domingo, 13 de junho de 2010

ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE

A amizade e o amor são um bem necessário à vida em qualquer aspecto que ela se apresente, seja no plano material ou espiritual. Não é raro presenciarmos cenas dignas de admiração no reino animal e vegetal, que são verdadeiras demonstrações de amor e de amizade. Quando visitamos um zoológico, por exemplo, se observarmos algumas cenas e compararmos aquelas, com outras do ser humano, certamente veremos grande diferença quanto à demonstração de amizade e de amor. Os primatas são exemplos de sinceras amizades entre si. As aves são outros exemplos, não se dispersam por nada umas das outras, ou quando isso ocorre por diversos motivos, logo se acham novamente e unem-se com verdadeira alegria buscando o carinho umas das outras.

O cisne é uma ave de admirável demonstração de amizade, amor e fidelidade ao seu grupo e seu par. Não existe traição entre eles, principalmente a afetiva, o que raramente ocorre com o ser humano. Este, talvez por sua racionalidade, tem personalidade muitas vezes desconhecida e demonstrada apenas em momentos especiais, como ódio, incompreensão e frustração por diversos motivos. Existem pessoas que não aceitam o término de um amor conjugal ou uma vida a dois, são daquelas pessoas que preferem seguir a risca a promessa "até que a morte os separe", a se separar e buscar novamente sua felicidade junto à outra pessoa ou em outro lugar. E quando um dos dois tem a necessária coragem de abordar o assunto e com verdade e sinceridade pedir a necessária separação, expondo os motivos verdadeiros, para a outra pessoa, aquele seu par passa a ser um monstro, um mau caráter, um fora da lei etc., passando a denegrir, injuriar, difamar aos quatro ventos aquela pessoa que, enquanto junto convivendo, era a ideal, com todos os predicados e no mundo não existia outra igual. O amor que falsamente parecia existir naquele coração, transforma-se em ódio. Ora, o verdadeiro amor não prende, não subjuga, não ata, ao contrário liberta, desata e não julga. Se eu amo verdadeiramente alguém que está ao meu lado, mas esse alguém já não sente o mesmo amor por mim e pede-me a separação, procurando sua liberdade para novamente ir em busca de sua felicidade, se eu amo realmente, é meu dever dar-lhe a liberdade pelo amor que sinto por aquela pessoa, mesmo em detrimento da minha perda e do meu sofrimento. Nós todos, sem exceção, viemos a este mundo para sermos felizes e não será uma mera promessa ritualística que irá nos privar desse direito que nos foi dado por Deus, como seres humanos que somos, entretanto, passivos de enganos e erros. Erramos e nos enganamos muitas vezes quando conhecemos alguém e nos afeiçoamos pensando no amor e logo partimos para uma vida a dois. Com o passar do tempo percebemos que erramos nos enganamos a nós mesmos e atados que fomos por uma promessa ritualística "até que a morte os separe", a felicidade que tínhamos direito legítimos, fica do lado de fora esperando, talvez, por um ato racional de franqueza e coragem de uma das partes unida por um falso amor.