terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Amor perfeito

Não existe amor perfeito, se o coração não é perfeito.

Amor não se pesa, não se mede, não se avalia.

Não se dá, não se perde, não se rouba.

O amor sozinho é suficiente a si mesmo.

O que nos resta é a nossa capacidade para entendê-lo,
acolhê-lo e tomarmos conta dele sem que possamos alterá-lo na nossa vida de alguma forma.

O amor se oferece a nós gratuitamente,
como todo dom, mas questionamos sempre.

E tropeçamos nas nossas pernas tentando moldá-lo ao nosso jeito,
à nossa visão, à nossa vontade como se ele fosse uma coisa qualquer que pudesse ser modificada.

Somos pequenos e o amor é grande;
somos pequenininhos e o amor é imenso,
rico, cheio de mistérios e felicidades que nem podemos imaginar que existam.
E perdemos o amor porque perdemos a razão dele.

Perdemos,
porque perdemos o senso de nos contentar com o que ele pode nos oferecer.

Perdemos,
porque exigimos demais, cobramos demais, sufocamos demais.

Ser feliz no amor é guardar a capacidade de vê-lo feliz.

Se fazemos dos nossos braços uma prisão em nome do amor, a quem fazemos feliz?
Com nossa insaciável sede de querer ter sempre mais do que a vida nos oferece acabamos sem nada, porque não soubemos valorizar o pouco, mas verdadeiro, que recebemos.

Jogamos fora com nossas mãos o que nelas foi colocado
para ser bênção.

E tudo isso porque somos humanos,
seres feridos e cheios de cicatrizes,
sangrados e machucados pelos percalços da vida.

Mas quando amamos muito uma pessoa precisamos aprender a deixar a própria dor de lado de vez em quando para estar do lado da pessoa amada, principalmente se sabemos que essa pessoa está ferida também.

E não é bom questionar o amor, mas vivê-lo;
porque o amor em si, mesmo imperfeito,
já é um presente sem preço.