quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

QUANDO...

Filho meu !

QUANDO, nas horas de íntimo desgosto, o desalento te invadir a alma e
as lágrimas te aflorarem aos olhos, busca-me: eu sou aquele que sabe
sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas;

QUANDO te julgares incompreendido dos que te circundam e vires que, em
torno, a indiferença recrudesce, acerca-te de mim: eu sou a LUZ, sob
cujos raios se aclaram a pureza de tuas intenções e a nobreza de teus
sentimentos;

QUANDO se te extinguir o ânimo para arrostares as vicissitudes da vida
e te achares na iminência de desfalecer, chama-me: eu sou a FORÇA
capaz de remover-te as pedras dos caminhos e sobrepor-te às
adversidades do mundo;

QUANDO, inclementes, te açoitarem os vendavais da sorte e já não
souberes onde reclinar a cabeça, corre para junto de mim: eu sou o
REFÚGIO, em cujo seio encontrarás guarida para o teu corpo e
tranqüilidade para o teu espírito;

QUANDO te faltar a calma, nos momentos de maior aflição, e te
considerares incapaz de conservar a serenidade de espírito, invoca-me:
eu sou a PACIÊNCIA, que te faz vencer os transes mais dolorosos e
triunfar das situações mais difíceis;

QUANDO te debateres nos paroxismos da dor e tiveres a alma ulcerada
pelos abrolhos dos caminhos, grita por mim: eu sou o BÁLSAMO que te
cicatriza as chagas e te minora os padecimentos;

QUANDO o mundo te iludir com suas promessas falazes e perceberes que
já ninguém pode inspirar-te confiança, vem a mim: eu sou a
SINCERIDADE, que sabe corresponder à franqueza de tuas atitudes e à
nobreza de teus ideais;

QUANDO a tristeza e a melancolia te povoarem o coração e tudo te
causar aborrecimento, clama por mim: eu sou a ALEGRIA, que te insufla
um alento novo e te faz conhecer os encantos de teu mundo interior;

QUANDO, um a um, te fenecerem os ideais mais belos e te sentires no
auge do desespero, apela para mim: eu sou a ESPERANÇA, que te
robustece a fé e te acalenta os sonhos;

QUANDO a impiedade recusar-se a relevar-te as faltas e experimentares
a dureza do coração humano, procura-me: eu sou o PERDÃO, que te
levanta o ânimo e promove a reabilitação de teu espírito;

QUANDO duvidares de tudo, até de tuas próprias convicções, e o
cepticismo te avassalar a alma, recorre a mim: eu sou a CRENÇA, que te
inunda de luz o entendimento e te habilita para a conquista da
Felicidade;

QUANDO já não provares a sublimidade de uma afeição terna e sincera e
te desiludires do sentimento de teu semelhante, aproxima-te de mim: eu
sou a RENÚNCIA, que te ensina a olvidar a ingratidão dos homens e a
esquecer a incompreensão do mundo;

E QUANDO, enfim, quiseres saber quem sou, pergunta ao riacho que
murmura e ao pássaro que canta, à flor que desabrocha e à estrela que
cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda. Eu sou a dinâmica
da vida, e a harmonia da Natureza: chamo-me AMOR, o remédio para todos
os males que te atormentam o espírito.

Estende-me, pois, a tua mão, ó alma filha de Minh 'alma, que eu te
conduzirei, numa seqüência de êxtases e deslumbramentos, às serenas
mansões do Infinito, sob a luz brilhante da Eternidade.