quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

um sinal para não parar...

Nada do que me sirva como frase viva...
recosto-me...
choro criança.
Já não colho dos meus jardins,
as sementes de minha crença...
mas algo em mim cresce, carece,
feito um sinal para não parar...

Talvez eu já não consiga traduzir o que a brisa
suavemente, em forma de ode, traga-me...
Talvez a visão que em minha mente agora desliza
seja justamente aquela mão macia pela qual eu descia,
feito menino, que corre pela primeira vez em direção ao mar,
atendendo ao chamado de um sinal para não parar...

Talvez eu colha dessas mãos não mais
a inocência da criança,
não mais a areia branca, que deixei no cais.
Talvez a brisa já não venha mais...
e a sincronia das notas da suave harmonia
já não me traduza o dia,
já não me leva viajor, ao céu dos meus sonhos....

Talvez eu tenha envelhecido, parado no tempo,
na densidade do ar...
mas continuo,
um sinal pra mim acena,
alertando-me para não parar...