SONETO DAS ALTURAS
Bem perto do céu, longe das mãos
a poesia afoga sombria
no descontente coração
não deságua no mar,nem no rio.
A vida suspensa no fio das alturas
tudo muda, parece ardente e frio
fogem as esperanças maduras
morrem os desejos, os ventos em cio.
O corpo, a terra nada mais querem
a amplidão deseja tudo
ultrapassar a luz do entendimento.
Mesmo que nada mais atinja
acalma alma, ultrapasse o corpo mudo
ao universo pede a paz, não ao fundo oceano.
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