quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

SONETO DAS ALTURAS

Bem perto do céu, longe das mãos
a poesia afoga sombria
no descontente coração
não deságua no mar,nem no rio.

A vida suspensa no fio das alturas
tudo muda, parece ardente e frio
fogem as esperanças maduras
morrem os desejos, os ventos em cio.

O corpo, a terra nada mais querem
a amplidão deseja tudo
ultrapassar a luz do entendimento.

Mesmo que nada mais atinja
acalma alma, ultrapasse o corpo mudo
ao universo pede a paz, não ao fundo oceano.