sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

REAÇÃO LIVRE

Muita gente pergunta em que consiste o livre arbítrio na reencarnação, desde
que esta é condicionada pelo carma, pela lei de ação e reação. Há nas
correntes filosóficas existenciais o princípio da facticidade, segundo o
qual já nascemos feitos no mundo, determinados pelo nosso corpo e pelo meio
em que surgimos. Mas apesar disso os filósofos da existência consideram a
criatura humana como a única dotada de liberdade, o único ser livre da
Terra. Porque a partir desse dado inicial o homem é livre para pensar e
agir, sem o que não teria responsabilidade.

Muito antes dessa descoberta dos existencialistas O Livro dos Espíritos já
estabelecia o livre arbítrio como característica da espécie humana. A
questão 843 desse livro mostra que a liberdade humana é progressiva,
desenvolvendo-se em fases sucessivas desde o nascimento até a madureza.

O condicionamento físico do homem, abrangendo as condições orgânicas, a
hereditariedade, o meio e a cultura, não lhe tira a capacidade de discernir
e escolher. As predisposições instintivas o inclinam em diversos rumos, mas
nem por isso o obrigam a fazer isto ou aquilo. Assim como o motorista,
limitado pelas condições do carro que dirige, não perde a sua liberdade, o
homem continua, como espírito, livre para pensar, querer e agir no
condicionamento da sua reencarnação.

É por isso que André Luiz considera como o mais importante o modo de reagir
da criatura diante das vicissitudes da vida. Essas dificuldades agem sobre o
homem como conseqüências do passado, mas é através da sua maneira de reagir
que o homem vai superar o passado e abrir novas perspectivas para a sua vida
no presente e no futuro. Se reagir mal continuará enleado no seu carma. Se
reagir bem libertar-se-á dele. Nosso comportamento, portanto, diante das
questões mais graves que o mundo nos propõe, é o que vai decidir o nosso
destino. Poderíamos querer mais ampla liberdade do que essa, a de construir
por nós mesmos o nosso futuro?