sábado, 15 de dezembro de 2007

à procura de mim...

Foi assim como uma história
mal contada.
Um palavra entrecortada.
Um querer alcançar o calor
de minhas próprias mãos,
quando experimentava tocar nas tuas
o frenesi do teu corpo, o ardor...

Foi no emaranhar da visão
perdida nas noites embreadas,
onde eu, tosco e trôpego,
feria e maltratava meu coração...
Foi quando descobri-me nada,
afastando-me do que me era afim
que perdi-me enfim...

Mas como corri pelas lembranças!
Como inseri-me no que se fazia esperança,
pra reencontrar luz...
como lutei para lembrar-me
daquela canção que compus
enaltecendo a prior,
o que se faz mor...
o que se faz maior,
para que eu me desatasse dos nós...

Postei-me redivivo
ante o que antes passivo,
conturbava-me...

A janela do meu quarto
- onde tudo se fixava, inerte, calado -
desnudou uma visagem
no qual eu viajor,
já alonjando o mirar
fazia-me navegante e não mais uma imagem...
timoneiro mor de uma nau,
que deslizava pelas águas,
alumbrante viagem...

Estavas ao meu lado.
Pude enfim
encontrar-te e curar-me,
pois sabia que há muito
procuravas por mim...