quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

PAI

O cansaço é imenso e a estrada ainda tão longa!

Deixa-me sentar à beira do caminho por um instante e
acreditar que neste ato de provisório abandono,
TU me sustentas com amor inigualável.


Se meu coração está árido como solo ressequido,
TU o suavizas com chuvas amenas.

Se tudo em mim se traduz numa dor surda,
TU me tocas com sons celestiais.


Se choro e me entristeço,
TU enxugas as minhas lágrimas
e afagas o meu coração com a
delicadeza de uma brisa matutina.


Se me debato na miséria humana e nas minhas
próprias misérias, TU me renovas e me
dignificas porque ÉS perdão infinito.


Se perco a esperança e a fé, do outro lado
do túnel negro da minha descrença,
TU me acenas com luz intensa.


E se por fim, o meu estado é tão lastimável
que entorpecida, de TI eu me esqueça por completo,
ainda assim me sustentas nestas horas críticas,
até que cesse o turbilhão!


Da beira do caminho eu me levanto...
o cansaço se transforma numa
vontade imensa de caminhar.


A estrada já não parece tão longa,
ao contrário, se me afigura agora
uma alameda de cores e flores
que quero trilhar palmo a palmo.


Obrigado, Pai!
És meu refúgio permanente,
único caminho que me permite
encontrar a paz!