sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

"...Não separe o homem o que Deus ajuntou."

"... Quando Jesus disse : "não separe o homem o que Deus ajuntou",
essas palavras se devem entender com referência à união,
segundo a lei imutável de Deus e não segundo a lei mutável dos homens. " ;
ESSE Cap. XXII, item 3

Aspiras a convivência dos espíritos de eleição com os quais te harmonizas
agora, no entanto, trazes ainda na vida social e doméstica, o vínculo das
uniões menos agradáveis que te compelem a frenar impulsos e a sufocar os
mais belos sonhos.

Não violentes, contudo, a lei que te preceitua semelhantes deveres.

Arrastamos, do passado ao presente, os débitos que as circunstâncias de hoje
nos constrangem a revisar.
O esposo arbitrário e rude que te pede heroísmo é o mesmo homem de outras
existências, de cuja lealdade escarneceste, acentuando-lhe a feição
agressiva e cruel.

Os filhinhos doentes que te desfalecem nos braços, cancerosos ou insanos,
idiotizados ou paralíticos são as almas confiantes e ingênuas de anteriores
experiências terrestres, que impeliste friamente às pavorosas quedas morais.

A companheira intransigente e obsidiada, a envolver-te em farpas magnéticas
de ciúme, não é outra senão a jovem que outrora embaíste com falsos
juramentos de amor, enredando-lhe os pés em degradação e loucura.

Os pais e chefes tirânicos, sempre dispostos a te ferirem o coração, revelam
a presença daqueles que te foram filhos em outras épocas, nos quais
plantastes o espinheiral do despotismo e do orgulho, hoje contigo para que
lhes renoves o sentimento, ao preço da bondade e perdão sem limites.
Espíritos enfermos, passamos pelo educandário da reencarnação, qual se o
mundo, transfigurado em sábio anestesista , nos retivesse no lar para que o
tempo, à feição de professor devotado, de prova em prova, efetue a cirurgia
das lesões psíquicas de egoísmo e vaidade, viciação e intolerância que nos
comprometem a alma.

À frente, pois, das uniões menos simpáticas, saibamos suportá-las, de ânimo
firme.
Divórcio, retirada, rejeição e demissão, às vezes, constituem medidas
justificáveis nas convenções humanas, mas quase sempre não passam de
moratórias para resgate em condições mais difíceis, com juros de escorchar.

Ouçamos o íntimo de nós mesmos.

Enquanto a consciência se nos aflige, na expectativa de afastar-nos da
obrigação, perante alguém, vibra em nós o sinal de que a dívida permanece.