segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

JESUS

Ele não era um conquistador armado e, de século a século, aumenta a
multidão daqueles que o seguem, n’Ele reconhecendo o Modelo Divino, ao
qual oferece a vida; surgiu na palha, ao calor dos animais que o
hospedaram na estrebaria e recorda-se-lhe o nascimento assinalado pelo
fulgor de uma estrela; não dispunha de uma pedra em que repousar a
cabeça e fundou o Reino de Deus, entre as nações; conquanto se
reportasse aos mundos da imensidade por diversas moradas da Casa
Universal do Todo-Misericordioso, escolheu uma pátria que procurou
conchegar ao coração; referia-se aos homens na condição de filhos do Pai
Celestial e devotou-se a um círculo íntimo de companheiros queridos,
vinculando-se a uma abnegada mãe, a quem amou eternecidamente; embora
revelasse a vida imperecível, encontrou em si mesmo bastante sentimento
humano para chorar a ausência de um amigo morto; conversou mais
detidamente apenas com alguns sofredores, entre os quais se destacaram
pobres mulheres e crianças de lugarejos esquecidos e traçou os mais
altos ensinamentos que regem a paz e a felicidade dos povos; viveu em
lares singelos e continua inspirando, até agora, na literatura e na
arte, as mais belas obras-primas da Humanidade; humilde, fêz-se poderoso
renovador de consciências; discutido, sobreleva-se, ainda hoje, pela
bondade, a todos os sofismas dos incrédulos que o desafiam; perseguido
pelo mal, triunfou e triunfa com o bem, esquecendo as afrontas e
abençoando os inimigos; crucificado, venceu a morte e ressurgiu entre os
homens, junto dos quais permanece, sempre e cada mais vivo, em espírito,
como sendo de todos os reformadores da Terra o mais digno e o mais
querido, o mais contestado e o mais invencível!...

Mensageiro do Pai, erguido à posição de Mestre Divino, consagrado a
nossa educação para a vida eterna, amou-nos antes que o amássemos e tudo
nos dá de si próprio, sem nada pedir-nos!...

É por isso que todos nós, ano a ano, somos induzidos, sem distinção de
credo e raça, a cultivar o poder da fraternidade, uns diante dos outros,
pelo menos um dia - o Dia de Natal -, transformando o mundo, por algumas
horas, em Reino de Amor, prelibando as alegrias do Bem Eterno que nos
governará de futuro, a repetir com as vozes milenárias dos anjos:

-Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os
homens!...