quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Ilusão

Outro dia tive muita clareza sobre como a gente cria uma teia de ilusão em cima de qualquer acontecimento quando vi, bem próximo de mim, uma pessoa tentando encontrar uma desculpa para justificar um acontecimento que poderia lhe causar muita dor, se ela simplesmente aceitasse os fatos como aconteceram. Então criou muitas possibilidades em torno do acontecimento... possibilidades que tornariam uma determinada ação do outro, menos dolorosa.

Criava as realidades e acreditava nelas com tanta certeza, que pude observar claramente como nós tecemos uma rede de ilusão em torno das situações, para nos defender, que nem percebemos como essa ilusão acaba nos afastando do que é real e nos impedindo de estar no presente.

Muitas vezes criamos ilusão para nos proteger de um suposto sofrimento, quando colocamos muita expectativa em torno de alguém ou de alguma situação e ela não se concretiza segundo nossos planos... Tentamos encontrar muitas desculpas para o malogro, inventando histórias imaginárias a partir dos fatos e acreditando tanto nelas, que elas acabam nos prendendo a coisas que já deveriam ter passado...

Criar ilusão é muito fácil quando a gente começa a “achar” muitas coisas baseadas apenas em nossa fértil imaginação. É claro que fazemos isso por medo, por culpa e por outros vários motivos, mas... quando percebemos que criar ilusão só nos afasta da verdade, podemos decidir olhar para a vida mais de frente e de forma mais simples.

Recentemente, depois de muitos acontecimentos sincrônicos e experiências em outros níveis de consciência, quando eu sentia que O Grande Mistério estava querendo me mostrar uma coisa muito insistentemente, também me vi quase criando uma teia de ilusão em cima daquilo. Criava possibilidades de significados indicando caminhos cada vez mais intricados... me deu uma canseira tão grande que parei... e percebi aonde estava sendo levada por minha rica imaginação.
Calma.... pensei

Entendi que os muitos sinais estavam ali para indicar alguma coisa, e que se eu criasse muitas coisas a partir desses sinais, correria o risco de cair na teia da ilusão que eu mesma estava tecendo, e com isso perderia o que era essencial.... perderia aquilo que estava sendo-me indicado pelos sinais.
Respirei fundo e busquei o centro...
Ali... a partir do silêncio... não precisei pensar em nada, porque tive a certeza que tudo viria sem esforço, naturalmente, se eu deixasse espaço para a verdade se manifestar.

A ilusão nos tira a possibilidade de ver o que é... nos prendendo ao que não é.
Agora, nesse tempo... é muito bom que a gente se abra para o que é essencial, que tenha coragem de olhar de frente para tudo na vida, sabendo que por tráz dos muitos véus da ilusão estamos nós... despidos dos medos, das culpas, das dores, mas...
vestidos de Luz.